Tropas portuguesas na Roménia prontas para agir se necessário, afirma Ministro da Defesa

Tropas portuguesas na Roménia prontas para agir se necessário, afirma Ministro da Defesa

Roménia, 4 de outubro de 2024 – Com a guerra na Ucrânia a apenas 300 quilómetros de distância, as tropas portuguesas destacadas na Roménia intensificam os exercícios militares e preparam-se para intervir caso as circunstâncias assim o exijam. Numa visita realizada esta quarta-feira às forças nacionais em solo romeno, o Ministro da Defesa, Nuno Melo, sublinhou o papel crucial que os soldados desempenham na defesa dos valores e compromissos da NATO.

“Vocês não estão aqui para treinar, mas para agir, se as circunstâncias o exigirem, em defesa de um bem maior”, afirmou o ministro, reforçando o estado de prontidão em que se encontram os 225 militares portugueses destacados na base de Caracal, Roménia. “Não estamos a falar de um cenário de ficção, mas sim de uma realidade que pode mudar a qualquer momento”, acrescentou Nuno Melo.

Preparação em alta prontidão
As forças portuguesas, inseridas numa missão da NATO, têm como principal objetivo apoiar a defesa do flanco leste da Aliança Atlântica, uma zona de importância estratégica vital face à escalada do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. O foco dos exercícios realizados no terreno é aprimorar estratégias de combate, assegurar a coordenação com as forças aliadas e garantir uma resposta rápida e eficaz caso o conflito ultrapasse as fronteiras ucranianas.

Segundo o Segundo-Sargento Carlos Sousa, as forças estão preparadas para qualquer eventualidade. “O nosso objetivo final é a guerra, quer ela se materialize ou não. Estamos prontos para agir em qualquer momento”, garantiu o militar, deixando claro que a missão em solo romeno vai além de uma simples formação militar.

A base de Caracal, onde estão alocados os 225 militares portugueses, funciona como uma plataforma essencial para os exercícios conjuntos entre as tropas da NATO. As operações incluem manobras de simulação de combate, reconhecimento de território e respostas rápidas a ataques. As forças treinam lado a lado com militares de outros países da Aliança Atlântica, reforçando a coordenação entre os aliados e a preparação conjunta para eventuais situações de combate.

Portugal assume comando de unidade militar
A partir do próximo mês, Portugal assumirá um papel de destaque ao tomar o comando de uma unidade militar internacional com capacidade para planear e executar missões de combate. Esta é a primeira vez que as Forças Armadas Portuguesas, através de operações especiais, assumem um papel de tal relevância num cenário de conflito internacional. A missão não só reforça a credibilidade operacional de Portugal dentro da NATO, como também coloca o país sob uma avaliação rigorosa por parte da Aliança.

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Este novo estatuto das forças portuguesas representa um marco importante na história militar do país, demonstrando a confiança da NATO na capacidade de Portugal em liderar operações de alto risco e de importância estratégica. Para o Ministro da Defesa, Nuno Melo, esta nomeação é também um reconhecimento do trabalho exemplar que os militares portugueses têm desenvolvido em missões internacionais ao longo dos anos.

“As Forças Armadas Portuguesas demonstraram uma capacidade operacional ímpar e, por isso, foram escolhidas para comandar esta unidade. Esta nomeação é uma prova de que o nosso trabalho é reconhecido e que temos condições de liderar em cenários de alta complexidade”, afirmou o ministro, durante a visita à base de Caracal.

O contexto da missão
A presença de tropas portuguesas na Roménia insere-se no quadro de uma missão de reforço da NATO no flanco leste da Aliança, em resposta à invasão russa da Ucrânia, iniciada em 2022. Desde então, a NATO tem vindo a reforçar a sua presença militar em países como a Roménia, Polónia e os Estados Bálticos, numa tentativa de dissuadir qualquer possível agressão contra os seus membros.

Com a guerra a prolongar-se no território ucraniano e as tensões a aumentarem na região, a missão das forças da NATO assume cada vez mais importância. O fortalecimento da presença militar no leste europeu é visto como essencial para garantir a segurança e a defesa dos membros da Aliança, especialmente perante a possibilidade de o conflito se alastrar para além das fronteiras da Ucrânia.

A visita de Nuno Melo às tropas em Caracal surge num momento de grande sensibilidade política e militar, com os líderes da NATO a reiterarem a importância de manter um estado de prontidão elevado. O reforço dos exercícios e das estratégias de defesa são vistos como fundamentais para assegurar a capacidade de resposta rápida caso ocorra uma escalada do conflito.

Após a visita, o Ministro da Defesa destacou o profissionalismo e a dedicação das tropas portuguesas na Roménia, garantindo que o Governo continuará a dar todo o apoio necessário para o sucesso da missão.