Protesto de Bombeiros Sapadores em São Bento: Manifestantes ocupam a escadaria da Assembleia da República

Protesto de Bombeiros Sapadores em São Bento

Lisboa, 3 de outubro de 2024 – Centenas de bombeiros sapadores realizaram um protesto expressivo e barulhento nesta quarta-feira, rompendo as barreiras de segurança e ocupando as escadarias da Assembleia da República. A manifestação, organizada pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, envolveu o uso de petardos e potes de fumo, com o objetivo de chamar a atenção do Governo para várias reivindicações que, segundo os manifestantes, têm sido ignoradas.

Reivindicações dos Bombeiros Sapadores

Os bombeiros, uniformizados e com cartazes em mãos, concentraram-se em frente ao Parlamento, com a adesão de profissionais de todo o país. Entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial para compensar a inflação, o aumento do subsídio de risco e uma resposta do Governo às suas preocupações. Os sapadores manifestaram grande insatisfação com a falta de ações concretas por parte dos sucessivos governos ao longo dos anos.

Outra exigência importante é a regulamentação do horário de trabalho, a possibilidade de reforma aos 50 anos e a criação de um regime de avaliação específico. Os bombeiros sapadores afirmaram sentir-se “ignorados e desprezados” e garantiram que não desmobilizarão até receberem uma resposta do Governo.

Aumento da Tensão: Ocupação da Assembleia

Por volta das 13h, a tensão aumentou quando um grupo de manifestantes levou um caixão branco até à entrada da Assembleia, simbolizando o “enterro” das suas esperanças de diálogo com o Governo. Com gritos de “vergonha”, os bombeiros sapadores incendiaram pneus e queimaram um uniforme de trabalho no local como forma de protesto. À medida que mais manifestantes se juntavam, o ambiente tornou-se ainda mais caótico, com sirenes e fumo a dominar a cena nas escadarias do Parlamento.

O protesto, organizado pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, ultrapassou os limites inicialmente autorizados, conforme admitiu o presidente do sindicato, Ricardo, que culpou o Governo pelo agravamento da situação. Segundo ele, a reunião marcada pelo secretário de Estado foi infrutífera, sem qualquer proposta concreta, o que gerou mais revolta entre os bombeiros.

Sindicato Responsabiliza o Governo

Ricardo, presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, criticou duramente a atitude do Governo face às reivindicações dos bombeiros. Ele afirmou que, dado o estado de insatisfação da classe, a escalada do protesto era previsível. “O culpado disto tudo acaba por ser o Governo”, reiterou, apontando a falta de respostas como o fator principal para o agravamento da situação.

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O líder sindical reconheceu que o protesto “foi além do que estava legalmente autorizado”, e afirmou que o sindicato irá reunir-se para discutir o que aconteceu. No entanto, manteve a sua posição de que a responsabilidade final recai sobre o Governo, que, segundo ele, tem ignorado as necessidades dos bombeiros ao longo do tempo.

Clima de Protesto

A manifestação atraiu a atenção de muitos transeuntes e jornalistas que presenciaram a intensificação do protesto. Bombeiros de várias partes do país uniram-se nesta ação, aumentando a pressão sobre o Governo para que tome medidas. A ocupação das escadarias da Assembleia tornou-se um símbolo do crescente descontentamento entre os sapadores, que exigem não apenas respostas imediatas, mas também melhores condições de trabalho e a implementação de medidas que garantam a sua segurança e bem-estar.

Desfecho do Protesto

Após as 14h, a situação continuava tensa, com os manifestantes firmes nas suas exigências. As forças de segurança foram chamadas ao local, mas até o momento não foram registados confrontos diretos entre os bombeiros e as autoridades.

Os bombeiros sapadores insistiram que não abandonarão o local até que obtenham uma resposta concreta do Governo, sublinhando que o protesto, embora tenha excedido os limites inicialmente acordados, reflete a profunda indignação de uma classe que, segundo eles, tem sido negligenciada ao longo dos anos.