Registado sismo de 3.0 na escala de Richter ao largo de Sines

Sines, 25 de setembro de 2024 — Um sismo de magnitude 3.0 na escala de Richter foi registado ao largo da costa de Sines, por volta das 05h00 desta quarta-feira. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o epicentro do tremor localizou-se a aproximadamente 40 quilómetros a sudoeste de Sines, numa zona marítima de baixa profundidade. Embora o tremor tenha sido sentido por algumas pessoas na região costeira, não há registo de danos materiais ou vítimas.

Características do sismo

Segundo o IPMA, o abalo sísmico foi considerado de baixa magnitude e, apesar de ter ocorrido numa área próxima da costa, a profundidade do epicentro e a intensidade limitada do tremor não causaram grande impacto. O sismo foi registado pelos sistemas de monitorização sísmica do IPMA, que acompanharam a atividade em tempo real. De acordo com o comunicado emitido pelo instituto, “o evento foi classificado como de baixa magnitude e a sua intensidade não deverá provocar quaisquer danos significativos”.

O sistema sísmico nacional é monitorizado continuamente para prever e avaliar possíveis abalos sísmicos que possam representar risco à população. No caso deste evento, os especialistas indicam que a sua origem está relacionada com o movimento natural das placas tectónicas, uma atividade comum na região sul de Portugal, que se situa perto da fronteira das placas Euroasiática e Africana.

Reação da população local

Embora de baixa intensidade, o sismo foi sentido por algumas pessoas nas zonas costeiras, como Sines e Porto Covo. Relatos de moradores indicam que o tremor foi breve, mas perceptível. “Estava a dormir e senti a cama tremer levemente, mas não foi nada de alarmante”, disse Maria Jorge, residente em Porto Covo. Já João Carvalho, pescador de Sines, afirmou que percebeu uma vibração no porto enquanto preparava os equipamentos de pesca. “Senti o chão a vibrar, mas não pensei que fosse um sismo. Só percebi depois de ouvir a notícia”, declarou.

No entanto, a maioria dos habitantes não chegou a perceber o tremor, que foi rapidamente dissipado sem consequências. Ainda assim, as autoridades locais, em conjunto com a Proteção Civil, mantêm um plano de emergência pronto para eventuais catástrofes naturais. “Temos um protocolo que, felizmente, não precisou ser ativado nesta ocasião, mas que garante a segurança da população em caso de eventos mais severos”, informou José Gonçalves, coordenador da Proteção Civil de Sines.

Contexto sísmico da região

A área ao largo da costa de Sines é uma região geologicamente ativa, com histórico de abalos sísmicos ocasionais, embora a maioria seja de baixa intensidade. A atividade sísmica ao longo da costa portuguesa é comum devido à sua proximidade com a zona de subducção entre as placas Euroasiática e Africana. Esta área, conhecida como a Falha Açores-Gibraltar, tem gerado pequenos tremores nos últimos anos, embora raramente tenham causado grandes danos.

O maior evento sísmico registado em Portugal, conhecido como o Grande Sismo de Lisboa de 1755, também teve origem nesta falha. Embora os eventos de grande magnitude sejam raros, a região continua a ser monitorizada de perto, e o IPMA mantém uma rede de sensores que permitem a deteção e análise imediata de qualquer anomalia sísmica.

Em termos de riscos, o IPMA afirma que Portugal, especialmente a região sul, tem uma predisposição moderada para a ocorrência de sismos, sendo que a maioria destes eventos não ultrapassa magnitudes superiores a 4.0 ou 5.0 na escala de Richter. “Os tremores são parte natural da dinâmica geológica da região, mas a maioria não representa uma ameaça significativa”, explicou Jorge Mendonça, sismólogo do IPMA.

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Planos de prevenção e preparação

As autoridades locais e nacionais estão sempre em alerta para a possibilidade de sismos de maior magnitude, sobretudo após a tragédia de 1755 que devastou Lisboa e outras áreas costeiras. A Proteção Civil de Sines informou que os planos de emergência são regularmente revistos e que os cidadãos são encorajados a seguir as diretrizes de segurança em caso de sismo.

O coordenador da Proteção Civil local destacou a importância de os habitantes estarem preparados para qualquer eventualidade. “Mesmo que a maioria dos sismos não causem danos, é essencial que todos saibam o que fazer em caso de uma emergência. Temos divulgado campanhas de sensibilização para garantir que a população está bem informada”, disse José Gonçalves.

Medidas recomendadas em caso de sismo

As autoridades reforçam que, em caso de sismo, os cidadãos devem manter a calma e seguir algumas medidas básicas de segurança, como:

  1. Proteger-se debaixo de móveis sólidos, como mesas, para evitar ferimentos causados pela queda de objetos;
  2. Evitar o uso de elevadores;
  3. Afastar-se de janelas e superfícies de vidro;
  4. Caso esteja ao ar livre, manter-se longe de edifícios, postes e estruturas que possam desabar.

A Proteção Civil também aconselha que as famílias mantenham kits de emergência em casa, contendo suprimentos básicos, como água, alimentos não perecíveis, lanternas e rádios.

O sismo registado ao largo de Sines, apesar de não ter causado danos, relembra a população da importância de estar sempre alerta para a possibilidade de eventos sísmicos, sobretudo em regiões costeiras com histórico de atividade geológica. As autoridades continuam a monitorizar a situação e garantem que todas as medidas de segurança estão em vigor.

Este evento reforça a necessidade de contínua sensibilização da população para os procedimentos de segurança e a importância da preparação para situações de emergência. A Proteção Civil e o IPMA continuarão a garantir que Portugal está preparado para responder a qualquer ameaça sísmica futura.