Juiz de Marrocos valida detenção de Fábio Loureiro e ordena prisão temporária em Tânger

A detenção do cidadão português Fábio Loureiro foi validada nesta quarta-feira por um juiz marroquino, que ordenou a sua prisão temporária em um centro de detenção na cidade de Tânger. Loureiro, que foi preso pelas autoridades marroquinas no último domingo, enfrenta acusações de envolvimento em atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas e associação a organizações criminosas.

A audiência preliminar, realizada no Tribunal Penal de Tânger, ocorreu sob medidas rigorosas de segurança. De acordo com fontes ligadas ao caso, o juiz responsável pela análise inicial das provas considerou que há indícios suficientes para justificar a prisão preventiva de Loureiro, até que novas investigações sejam concluídas. O prazo de prisão temporária em Marrocos pode variar, conforme a legislação local, mas em casos de crimes graves como o de tráfico internacional de drogas, é comum que a detenção preventiva seja prolongada por vários meses.

Circunstâncias da Prisão

Fábio Loureiro, de 34 anos, foi detido em uma operação conjunta entre as forças policiais marroquinas e a Interpol. A operação, que vinha sendo planejada há meses, resultou na captura de Loureiro em uma zona portuária de Tânger, onde ele estaria coordenando a logística para o envio de uma grande quantidade de drogas para a Europa. Informações preliminares indicam que o português teria um papel-chave em uma rede de tráfico de entorpecentes que atua entre o norte da África e a Europa, utilizando rotas marítimas para o transporte de substâncias ilícitas.

As autoridades marroquinas não divulgaram detalhes sobre a quantidade de drogas apreendidas durante a operação, mas fontes próximas à investigação sugerem que o carregamento apreendido pode ser um dos maiores do ano na região. O porto de Tânger tem sido frequentemente utilizado por redes criminosas devido à sua localização estratégica, próxima à Europa, o que facilita o transporte de mercadorias ilegais.

Investigação Internacional

A prisão de Fábio Loureiro acontece no âmbito de uma investigação mais ampla que envolve autoridades de vários países, incluindo Portugal, Espanha e França. A Interpol, que colaborou na operação que resultou na captura de Loureiro, vinha monitorando suas atividades há mais de um ano. O português teria ligações com organizações criminosas europeias conhecidas pelo tráfico de cocaína e haxixe, substâncias frequentemente enviadas da América do Sul e do norte da África para o mercado europeu.

De acordo com um porta-voz da Interpol, Loureiro era considerado um alvo prioritário devido ao seu suposto papel de intermediário entre fornecedores de drogas no norte da África e compradores na Europa. “Estamos lidando com uma rede sofisticada, com ramificações em vários países. A prisão de Fábio Loureiro é um passo importante para desmantelar essa organização”, afirmou a fonte.

Em Portugal, a Polícia Judiciária confirmou que vinha colaborando com as autoridades marroquinas e internacionais no caso e que o suspeito já estava sendo investigado por crimes relacionados ao tráfico de drogas. No entanto, as autoridades portuguesas não forneceram mais detalhes sobre a participação de Loureiro nas atividades investigadas.

Defesa e Procedimentos Legais

O advogado de defesa de Fábio Loureiro, que também estava presente na audiência, argumentou que seu cliente é inocente e que não há provas conclusivas de sua participação nos crimes dos quais é acusado. Segundo ele, Loureiro foi vítima de uma operação policial “desproporcional” e que as acusações contra ele são baseadas em suposições. “O meu cliente nega qualquer envolvimento em atividades criminosas. Estamos confiantes de que, ao final das investigações, sua inocência será provada”, declarou o advogado à imprensa local após a audiência.

Apesar das alegações da defesa, o juiz marroquino decidiu manter Loureiro sob custódia, alegando que existem riscos de fuga e de interferência no andamento das investigações. Segundo as leis de Marrocos, a prisão temporária pode ser prorrogada várias vezes, desde que haja justificativa judicial para tal.

O próximo passo no processo será a apresentação formal das acusações contra Fábio Loureiro. O Ministério Público de Marrocos deverá preparar um relatório detalhado sobre as provas reunidas até o momento, que será analisado pelo tribunal em uma nova audiência, cuja data ainda não foi definida.

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Repercussão Internacional

A detenção de Fábio Loureiro gerou repercussão em Portugal, onde o caso vem sendo acompanhado de perto pela mídia e por autoridades. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal afirmou que está ciente da situação e que o Consulado em Rabat está prestando assistência consular ao cidadão português detido. “Estamos em contato com as autoridades marroquinas e acompanhando o caso de perto para garantir que os direitos do nosso cidadão sejam respeitados”, declarou um porta-voz do ministério.

No entanto, a prisão de Loureiro também traz à tona preocupações sobre o crescente envolvimento de cidadãos europeus em redes de tráfico de drogas que operam no norte da África. A região, especialmente Marrocos, tem sido um ponto de partida para grandes carregamentos de drogas destinadas à Europa, o que levou à intensificação de operações conjuntas entre países da União Europeia e Marrocos nos últimos anos.

As autoridades marroquinas, por sua vez, têm adotado uma postura rígida em relação ao tráfico de drogas, intensificando operações de segurança nos principais portos do país. Nos últimos meses, várias operações resultaram em apreensões significativas e na prisão de indivíduos ligados a redes internacionais de tráfico, reforçando o compromisso do governo marroquino em combater essa ameaça transnacional.