Escolas de enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto fundem-se com universidades locais

Escolas de enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto fundem-se com universidades locais

Lisboa, 4 de outubro de 2024 – O Governo aprovou esta quarta-feira a fusão das Escolas de Enfermagem de Lisboa, Coimbra e Porto com as respetivas universidades das suas cidades, uma medida considerada essencial para o fortalecimento do ensino superior em Portugal. O anúncio foi feito pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, durante a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.

A integração destas instituições de ensino superior nas universidades visa otimizar os recursos disponíveis e fomentar uma maior articulação entre o ensino teórico e prático, beneficiando assim os estudantes de enfermagem e promovendo a inovação no setor. António Leitão Amaro descreveu a fusão como “muito importante para fortalecer o ensino superior em Portugal”, destacando o impacto positivo que esta medida terá na formação dos futuros profissionais de saúde.

Reforço da educação superior em saúde
A fusão das escolas de enfermagem com as universidades de Lisboa, Porto e Coimbra está alinhada com uma estratégia governamental de reestruturação do ensino superior, que visa promover a qualidade e a inovação pedagógica. A medida permite uma maior integração entre as áreas da saúde e as ciências exatas e sociais, facilitando colaborações interdisciplinares e um ensino mais adaptado às necessidades do século XXI.

Para os estudantes de enfermagem, esta fusão representa uma oportunidade de acesso a infraestruturas e recursos mais diversificados, além de uma maior exposição à investigação científica desenvolvida nas universidades. A iniciativa surge num momento em que a procura por profissionais de saúde qualificados é elevada, tanto em Portugal como internacionalmente, tornando a melhoria da formação uma prioridade estratégica para o país.

Criação do Conselho Nacional de Inovação Pedagógica
Além da fusão das escolas de enfermagem, o Governo anunciou a criação do Conselho Nacional de Inovação Pedagógica. Este novo órgão será responsável por promover e implementar as melhores práticas de inovação pedagógica em Portugal, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino superior e combater problemas como o abandono escolar e a desmotivação dos estudantes.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, já havia antecipado esta iniciativa na terça-feira, durante as jornadas parlamentares da Aliança Democrática (AD). Na sua intervenção, Fernando Alexandre destacou a importância de um ensino inovador para manter os alunos envolvidos e motivados, alertando para a relação entre aulas desinteressantes, abandono escolar e problemas de saúde mental.

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“Se eu não der aulas interessantes vai ser difícil motivar os estudantes e, por isso, mais facilmente eles ficam desincentivados, não conseguem a aprovação, depois entram num ciclo negativo de perda e muitas vezes problemas de saúde mental”, afirmou o ministro, sublinhando que a inovação pedagógica deve ser abordada de forma integrada, considerando simultaneamente o sucesso académico e a saúde mental dos estudantes.

Melhoria da pedagogia no ensino superior
O Conselho Nacional de Inovação Pedagógica terá um papel fundamental na modernização do ensino superior em Portugal. Entre as suas atribuições estará a promoção de novas metodologias de ensino, que incluam a utilização de tecnologias avançadas e abordagens mais dinâmicas às matérias, visando garantir uma experiência de aprendizagem mais rica e envolvente para os estudantes.

Este órgão trabalhará em estreita colaboração com instituições de ensino superior de todo o país para identificar práticas bem-sucedidas e implementá-las em outras áreas e disciplinas. O objetivo é tornar o ensino superior português mais competitivo e adaptado às exigências do mercado de trabalho global, ao mesmo tempo que se combate o elevado índice de abandono escolar que ainda afeta muitos cursos.

Integração entre saúde e inovação
A fusão das escolas de enfermagem com as universidades e a criação do Conselho Nacional de Inovação Pedagógica refletem a preocupação crescente do Governo com a formação dos profissionais de saúde e a modernização do ensino superior. Ao integrar o ensino de enfermagem em universidades com uma forte tradição de investigação científica e inovação, espera-se que os futuros enfermeiros tenham uma formação mais completa, adaptada às novas exigências da prática clínica e ao desenvolvimento tecnológico.

O Ministério da Educação e o Ministério da Saúde trabalham em conjunto para garantir que esta fusão traga benefícios concretos para os estudantes, docentes e, em última instância, para os utentes do sistema de saúde português. O fortalecimento do ensino superior em áreas como a enfermagem é visto como uma medida estratégica para preparar o país para os desafios do futuro, nomeadamente a escassez de profissionais de saúde qualificados e o envelhecimento da população.