Campanha de Vacinação Contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) Arranca a 15 de Outubro

O Ministério da Saúde de Portugal anunciou o início da campanha nacional de vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), marcada para o dia 15 de outubro de 2024. Esta é a primeira vez que o país implementa uma campanha nacional para imunizar grupos de risco contra o VSR, um vírus responsável por infeções respiratórias graves, especialmente em bebés, idosos e pessoas com doenças crónicas.

Quem deve ser vacinado?

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, a vacinação será prioritária para dois grupos principais: os recém-nascidos e as pessoas idosas com mais de 60 anos. Além disso, será dada especial atenção a pessoas com doenças crónicas que afetam o sistema respiratório ou o sistema imunitário, como os doentes com asma, bronquite crónica ou insuficiência cardíaca.

Os recém-nascidos com menos de seis meses serão particularmente visados, pois o VSR é uma das causas mais comuns de bronquiolite e pneumonia em bebés. Estes grupos serão os primeiros a ser chamados para a vacinação nas unidades de saúde espalhadas por todo o país.

Vacina inovadora no combate ao VSR

A vacina contra o VSR, que será utilizada nesta campanha, foi aprovada recentemente pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Trata-se de uma vacina inovadora desenvolvida especificamente para prevenir infeções graves causadas pelo VSR, que afeta milhões de pessoas todos os anos. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), cerca de 33 mil internamentos hospitalares anuais em Portugal estão relacionados com o VSR, sendo que a maioria dos casos graves envolve recém-nascidos e idosos.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), a vacina oferece uma elevada eficácia, com estudos clínicos a apontarem para uma redução significativa das infeções graves e das hospitalizações associadas ao VSR, especialmente entre os bebés. As autoridades de saúde garantem que a vacina é segura e que os benefícios da imunização superam em muito os potenciais efeitos adversos.

Unidades de saúde preparadas para a campanha

A campanha de vacinação contra o VSR será realizada em centros de saúde e hospitais públicos de todo o país, com o apoio das farmácias comunitárias. O Ministério da Saúde já garantiu que todas as unidades estão devidamente preparadas para administrar as doses da vacina e que o calendário de vacinação será amplamente divulgado através de canais de comunicação, incluindo redes sociais e media tradicionais.

Os profissionais de saúde que irão administrar a vacina passaram por formações específicas sobre a nova vacina e os protocolos de segurança associados. Além disso, o governo anunciou a disponibilização de um número de telefone de apoio e de uma plataforma online para esclarecer dúvidas da população sobre o VSR, a campanha de vacinação e a localização das unidades de vacinação mais próximas.

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Preocupações com a sobrecarga dos hospitais no inverno

A campanha surge num momento em que o sistema de saúde português se prepara para enfrentar o habitual aumento das infeções respiratórias durante os meses de inverno. Autoridades de saúde alertam que o VSR pode contribuir significativamente para a sobrecarga das urgências hospitalares, principalmente em pediatria e geriatria, áreas onde as infeções por VSR são mais frequentes.

De acordo com dados recentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o inverno de 2023-2024 registou um aumento de 15% nas hospitalizações por infeções respiratórias em comparação com o inverno anterior, com muitos casos graves associados ao VSR. As autoridades esperam que a campanha de vacinação ajude a mitigar esse impacto, reduzindo o número de hospitalizações e a pressão sobre as unidades de saúde.

Campanhas de informação e sensibilização

O Ministério da Saúde lançou, em simultâneo, uma campanha de informação e sensibilização sobre o VSR, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os riscos e as formas de prevenção do vírus. Cartazes, anúncios em rádio e televisão, além de publicações em redes sociais, fazem parte do esforço para informar a população sobre a importância da vacinação, especialmente para os grupos de risco.

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, João Gouveia, destacou a importância desta campanha: “O VSR é uma ameaça séria, especialmente para os mais vulneráveis. Esta campanha de vacinação é um passo fundamental para proteger os nossos bebés, idosos e doentes crónicos. A vacina já demonstrou ser eficaz em prevenir infeções graves e salvar vidas.”

Reação da comunidade médica

A comunidade médica tem apoiado amplamente a campanha de vacinação, considerando-a uma medida essencial para proteger os grupos de maior risco e evitar um colapso dos serviços de saúde. Vários especialistas em pediatria e pneumologia têm vindo a público para destacar a importância de que pais e cuidadores de bebés, assim como idosos, se informem sobre a vacinação e não percam a oportunidade de imunizar-se.

“A vacina contra o VSR é um avanço muito aguardado. É especialmente crucial para os bebés com menos de seis meses, que são mais suscetíveis a complicações graves. Temos visto muitos casos de bronquiolite severa e pneumonia causados por este vírus, e a vacina poderá fazer uma grande diferença na saúde pública”, afirmou o pediatra Ricardo Antunes, em entrevista à RTP.

Desafios da implementação

No entanto, alguns desafios permanecem. Um deles é garantir que a vacina chegue às regiões mais isoladas do país, onde o acesso aos serviços de saúde pode ser mais limitado. Além disso, há uma preocupação sobre possíveis atrasos na distribuição das vacinas, devido à elevada procura global pela nova vacina contra o VSR. O governo assegurou, entretanto, que há doses suficientes para cobrir todos os grupos prioritários e que a campanha seguirá conforme planeado.

Outro desafio será garantir a adesão do público à campanha. Embora as autoridades de saúde estejam confiantes no impacto positivo da vacina, experiências anteriores com outras campanhas de vacinação indicam que pode haver alguma resistência, especialmente entre os mais idosos. A sensibilização contínua será, portanto, fundamental para o sucesso da campanha.